A construção do Chafariz da “Capichaba”, de 1828, é uma iniciativa do governo do presidente Ignácio Accioli de Vasconcellos, ano em que se dá a ampliação dos chafarizes da Lapa e da Fonte Grande, construídos no século anterior. Ainda assim, a insuficiência dos mananciais de Vitória origina estratégias alternativas, como o transporte de água de rios próximos, a exemplo do Marinho e do Jucu, por meio de canoas, ou ainda, de poços artesianos.
Executadas pelo mestre-pedreiro Francisco Pinto de Jesus, iniciadas em 12 de fevereiro de 1828 e finalizadas em 02 de março do mesmo ano, as obras do Chafariz da “Capichaba” compreendem a construção do pórtico protetor da nascente de água da Fonte Grande e de um aqueduto. O chafariz, propriamente, fica concluído em 1850, a partir das obras executadas no governo de Felipe Pereira Leal. Não se conhece sua configuração naquele momento, entretanto, sabe-se que anexo à fonte existia, desde 1848, um local para a lavagem de roupas. Em 1855 é realizada reforma dos encanamentos.
A primeira alteração, em 1878, realizada no governo interino de Alfeu Adelfo Monjardim, resulta na construção,, também anexa à fonte, de uma casa de “banhos frios”. Em 1929, o Chafariz da Capixaba estava constituído de uma caixa d’água, mas sua parede e o largo fronteiriço são formalizados apenas no final da década de 1940, com as obras realizadas na administração de Américo Poli Monjardim.
Realizada por Laurentino Proença, as obras resultaram na reconstrução total do chafariz. A alteração mais significativa ocorreu na década de 1970, quando é realizada a substituição da azulejaria de recobrimento da base da parede do chafariz, a inscrição da sigla PMV no interior de um medalhão em alto relevo, a elevação do piso do largo, e a construção de mureta contornando o mesmo.Em outra intervenção foram retirados dois lampiões que ladeavam a frontaria do chafariz, e dois pináculos que encimavam suas duas pilastras. As duas torneiras inseridas em 1939/40, foram roubadas.
Construído em alvenaria de pedra, o Chafariz compreendia os terminais de uma canalização, um reservatório, onde se dava a captação de água propriamente dita, e estava provido de duas bicas ou torneiras. Na sua base, encontrava-se uma bacia constituída de placas de pedra, de borda larga e espessa. Granítica, a bacia é o elemento de maior vínculo histórico funcional.
Fonte: Patrimônio Cultural do Espírito Santo – Governo do Estado do Espírito Santo – 2009
Proteção Legal: Resolução nº 08/1989 do Conselho Estadual de Cultura. Inscrições no Livro do Tombo Histórico sob o nº 174, folhas 29 v e 30 e no Livro de Tombo das Belas Artes sob o nº 109, folhas 20v e 21.
Monumentos
Vitória
Centro
Rua Barão de Monjardim
Francisco Pinto de Jesus
02 de março de 1828