Um ano depois de deixar de funcionar, o Relógio da Praça Oito, um dos maiores patrimônios históricos de Vitória, foi entregue restaurado nesta quinta-feira (21). O Relógio, no Centro da capital, voltou a tocar, a cada hora, os acordes iniciais do hino do Estado do Espírito Santo – estes silenciados havia quarenta anos.
O maquinário agora funciona de maneira automática. Toda a parte elétrica foi restaurada, com a instalação de um painel, onde é feito o acerto do tempo para o horário de verão, por exemplo. Na torre do relógio, o principal revestimento usado foi o pó de pedra. Para a limpeza de pichação e sujeiras de poluição e umidade, foram utilizados jatos de água quente com baixa pressão, sabão neutro e lixamento superficial.
Para fazer com que os sinos toquem, os profissionais que fizeram a restauração contaram com a ajuda de uma professora de música, como explica o técnico em automação Sérgio Parreiras.
“Nós não somos músicos. A gente sabia como fazer para tocar o sino, mas não sabia a sequência do hino do Estado. A professora Gabriela Queiroz, da Fafi, se prontificou a vir ao relógio. Nós tocamos cada sino uma vez e ela definiu, pelo ouvido dela de música, cada nota que era cada sino”, relata.
Instalado em 1942 e tombado como patrimônio histórico estadual, o relógio parou de funcionar pela primeira vez na década de 1970. Quarenta anos depois, em outubro de 2013, o equipamento foi restaurado, mas voltou a apresentar danos na rede elétrica no segundo semestre do ano passado.
A novela da reforma do relógio durou mais de um ano. O prefeito de Vitória, Luciano Rezende, justificou que o tempo foi longo porque a obra precisou da avaliação e aprovação do Conselho Estadual de Cultural (CEC)
“O percurso é longo porque nós tivemos que pedir uma autorização ao Conselho Estadual de Cultura. A presidente Viviane (Viviane Lima Pimentel) nos ajudou muito e queria agradecer aos conselheiros que entenderam a importância e nos autorizaram a trocar o maquinário”.
Quem se emocionou com a entrega do patrimônio foi o pedreiro Antônio Teodoro, um dos profissionais envolvidos na restauração. Ele passou a conhecer a história do monumento depois do início da obra e se encantou com tudo que aprendeu. “Você não tem noção. É difícil descreve. Participei de algo histórico da cidade”.
Custeada em mais de R$ 130 mil, a restauração durou três meses e foi uma parceria entre a Prefeitura de Vitória, o Banestes e o Instituto Góia.
Reportagem CBN Vitória