Mais que um belo visual, o Farol de Santa Luzia, na Praia da Costa, em Vila Velha, vai oferecer aos visitantes um espaço com informações sobre a história da navegação e construção do farol. O objetivo da chamada sala da memória é oferecer uma informação mais didática da história e fortalecer a identidade capixaba. Tudo isso com uma linda arte em ilustração nas paredes.
A obra traz uma linha do tempo recontando desde a época do navegador Américo Vespúcio, o primeiro a demonstrar que o Brasil e as Índias Ocidentais não representavam regiões periféricas do leste da Ásia – como pensava Cristóvão Colombo, o descobridor das Américas –, até o período da instalação do farol em Vila Velha.

De acordo com o vice-presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Vila Velha (IHGVV), Manoel Goes Neto, reforçar a importância da cidade na história é fundamental. “Aqui começou o Estado. Precisamos fazer essa abordagem histórica para as pessoas entenderem o que é de fato o Espírito Santo”, disse. Manoel contou ainda que o projeto da obra demorou três meses para ser concluído e custou R$ 14 mil.
O responsável pela arte foi o ilustrador Rodolpho Valdetaro, que buscou levar à sala referências de ladrilhos portugueses e a estética do grafite, que, de acordo com o artista, tiram a monotonia da obra. “O objetivo é surpreender. Quero que as pessoas vejam a ilustração e se surpreendam”, contou.
O Comandante da Capitania dos Portos do Estado, Capitão de Mar e Guerra, Luis Eduardo Soares Fragoso, também comentou a importância da valorização da história do farol. “A gente vê aqui uma paisagem bonita, mas faltava dizer o porque disso tudo, a importância do farol”, afirmou.
TURISMO
O prefeito de Vila Velha, Max Filho, disse que estimular o potencial turístico da cidade é algo que já está presente no planejamento estratégico do município. “Precisamos recuperar e promover a nossa história.”
Max Filho ressaltou ainda o grande potencial turístico do município. “As pessoas não podem vir ao Espírito Santo e não visitar Vila Velha”, afirmou.
O FAROLConstruído em 1871, o farol foi construído em Glasgow, na Escócia, e contou com mão de obra trazida do Rio de Janeiro para ser instalado em Vila Velha. O farol emitia, conforme publicações da Prefeitura Municipal de Vila Velha, em 1973, sinal luminoso projetado por espelhos e visível a 17 milhas.
As embarcações, ao avistarem o farol, podem se aproximar, ou adentrar a bacia de Vitória, tomando os devidos cuidados. A construção foi tombada em 1986.
O terreno onde está situado o Farol de Santa Luzia foi doado à União em 1913 e posteriormente entregue à Marinha do Brasil, atual responsável pela área. Após passar 10 anos fechado para visitação, ele reabriu as portas no ano passado. Para receber o público, passou por reparos e pintura.
HISTÓRIA
1808
A família real se instalou no Brasil e a abertura dos portos aumentou o tráfego marítimo, motivando a instalação de sinais náuticos.
1876
É criada a Direção de Faróis, órgão que seria transformado no Centro de Manutenção e Reparos Almirante Moraes Rego, responsável pela sinalização náutica brasileira desde 1967.
Século XIX
O Governo Imperial iniciou estudos de implantação de um farol no Espírito Santo.
1871
Os equipamentos foram trazidos da Escócia e o Farol de Santa Luzia foi montado e inaugurado.
1986
Tombamento do Farol de Santa Luzia.
Reportagem jornal A Gazeta e Gazeta On Line
Fotos: Fernando Madeira/A Gazeta