O escultor Hippólito Alves foi escolhido para dar forma à figura histórica, que será feita de vários materiais
Reportagem: Maíra Mendonça – jornal A Gazeta
Foto: Marcelo Prest
Em 23 de maio de 1535, Vasco Fernandes Coutinho desembarcava na Prainha de Vila Velha, dando início à colonização do Espírito Santo. Prestes a completar 480 anos como precursor da história da cidade e do Estado, a imagem do donatário português permanece desconhecida por grande parte da população. Um fato que deve ser transformado a partir deste mês, quando a primeira estátua de corpo inteiro de Vasco será revelada na Casa da Memória de Vila Velha, na Prainha, onde deverá ficar exposta para os visitantes.
A inauguração da obra, com dois metros de altura, acontecerá amanhã – terça-feira que antecede a data do aniversário do município (veja programação ao lado) -, junto a outros eventos organizados pelo Instituto Histórico e Geográfico de Vila Velha (IHGVV). A entidade pública é responsável pelas pesquisas que levaram à composição da estátua de Vasco Coutinho.
Segundo o curador do Instituto, Manoel Goes, até então só havia um monumento no Estado em homenagem ao donatário: um rosto em bronze, que era exposto na Praia do Suá, até ser roubado há algum tempo. Por isso, a ideia de conhecer a fundo a história do capitão surgiu há três anos.
Através de viagens a países como Espanha, Portugal e França, o presidente do IHGVV, Luiz Paulo Rangel, colheu as informações necessárias para remontar a figura de Vasco em cada detalhe, desde os trajes até a espada.
EM MÃOS DA TERRA
A tarefa de confeccionar a primeira imagem em três dimensões de Vasco Fernandes Coutinho não poderia ter sido dada a outro artista senão a alguém que nasceu e cresceu no Espírito Santo.
Aos 48 anos, o escultor Hippólito Alves foi escolhido para dar forma à figura histórica. Natural de Anchieta, no Sul do Estado, Hippólito fez sua primeira exposição aos 17 anos e ao longo de mais de 30 exerce a profissão, fazendo de materiais como bronze, mármore, resina, cerâmica e ferro suas principais matérias-primas.
Feita de um conjunto de resíduos, como o pó de mármore, a estátua passa, atualmente, pelo processo de fundição. Embora não possa ser revelada até sua inauguração, o escultor adianta que tentou mantê-la fiel à imagem produzida pelo IHGVV.
“Essa proposta chegou até mim no ano passado.Considero que produzir uma escultura como essa é um marco na minha carreira”.