Autora: Beatriz Caliman – Gazeta Online
Uma das paredes das ruínas do Trapiche, um dos pontos turísticos mais visitados do balneário de Marataízes, no Litoral Sul, desabou na madrugada deste domingo (24). Desde o início do mês, a Defesa Civil do município havia providenciado medidas paliativas para conter a fachada do antigo imóvel da segunda metade do século XIX.
No local, restaram apenas a parte frontal do imóvel e algumas poucas colunas. O ponto turístico, muito procurado por fotógrafos e noivos, definhava há anos. Até o final da tarde, os destroços permaneciam no chão.
Desde o dia 5 de maio, o coordenador da Defesa Civil, Anderson Gouveia, alertava sobre o risco de desabamento. Além de tração de cabos de aço, a fachada de aproximadamente 20 metros estava fechada para a circulação de veículos, até que um projeto de revitalização fosse elaborado.
De acordo com Gouveia, um relatório elaborado por um engenheiro da prefeitura, denunciando a fragilidade do imóvel, foi enviado ao Ministério Público e à Secretaria de Estado da Cultura (Secult), que afirmou, na época, ter orientado a prefeitura sobre os procedimentos necessários à contenção provisória do Trapiche até projeto definitivos de restauro.
HISTÓRIA
O Trapiche foi construído pelo Barão de Itapemirim em 1860. O imóvel tinha a finalidade de armazenar os produtos agrícolas que seriam escoados para o Rio de Janeiro, além de controlar as embarcações a vapor que subiam o Rio Itapemirim.
A obra possuía dois pavimentos, e no local também funcionava o escritório da Coletoria Estadual de Impostos até meados da década de 50, quando foi desativado. Seu segundo pavimento já não existia há pelo menos 30 anos. O imóvel foi tombado pelo Conselho Estadual de Cultura em 1998.