Foto: Leone Iglesias / A Tribuna
Texto: Giordany Bossato / A Tribuna
Em uma oficina de lanternagem e pintura de carros não se espera encontrar muitas coisas além de veículos, tinta e equipamentos para o trabalho diário. Contudo, em uma oficina localizada em Goiabeiras, Vitória, é possível encontrar um canhão de cerca de 300 anos de idade.
Segundo o dono da oficina, Marcos Antônio Rafael, 55, a arma está lá há quase 50 anos. “Tenho a oficina há 25 anos, mas quando cheguei o canhão já estava aqui. Ele foi encontrado durante a obra para a construção da Caixa Econômica, no centro de Vitória”, disse o dono da oficina, que nunca tentou retirar o canhão do local.
A versão foi confirmada pelo pesquisador de História Militar no Espírito Santo e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, Gelson Loiola. “O banco fica na região da antiga Fortaleza de Nossa Senhora do Monte do Carmo, que protegia a baía de Vitória. O local foi aterrado para a construção de novas avenidas, mas nem tudo foi retirado”, disse Loiola.
“A fortaleza foi construída em 1667 e os canhões, que têm três metros de comprimento, devem ter chegado ao local pouco depois. Dois canhões similares estão no prédio do Comando Geral da Polícia Militar, em Maruípe”, disse Loiola, que acredita que existam outros objetos históricos enterrados sob as ruas de Vitória.
De acordo com Marcos Antônio, existe outro canhão que foi retirado do mesmo local. Ele estaria em Laranjeiras, na Serra. Contudo, Marcos não soube indicar o local em que estaria a outra arma.
“É curioso, né? Pessoas já vieram aqui querendo comprar, retirar ele para restaurar, mas o canhão não é meu, então não posso vender”, disse Marcos. A pessoa que levou o canhão para o local preferiu não comentar o assunto.
TESOURO
Enquanto a maior parte do canhão continua enterrada, o armamento vai mexendo com os sonhos de quem o vê diariamente. “Ele está enterrado… Vai que tem algum tesouro dentro dele?”, brincou Marcos Antônio, lembrando que até mesmo o Exército já esteve no local para avaliar a retirada, mas nada fez.
Acesse a reportagem em A Tribuna – 30 de agosto